Falta de trabalho, caminhos mais longos e dificuldades de logística. Esses são alguns dos relatos de quem depende do Porto de Manaus nesse período de seca, que afeta todo o Amazonas. Com um trecho do Rio Negro seco em frente a orla da capital amazonense, a seca vem afetando a vida das pessoas que trabalham e passam pelo local diariamente.
Nesta quinta-feira (5), o Rio Negro atingiu a cota de 14,90 metros e alcançou a marca de 9ª pior seca da história. As águas escuras que banham Manaus fazem parte de um dos afluentes do Rio Amazonas, maior bacia hidrográfica do mundo.
Desde o dia 17 de junho, o Rio Negro vem descendo continuamente. No início, as águas baixavam uma média de 1 cm a 2 cm, por dia. Atualmente, o rio desce cerca de 10 cm a 20 cm, diariamente.
O Porto de Manaus é a porta de entrada e saída da capital amazonense por meio fluvial. No local, além de receber passageiros, os barcos transportam insumos da capital para os municípios do interior do estado.
Para realizar o trabalho de levar essas cargas até o barco, carregadores são contratados para realizar esse serviço. No entanto, com o Rio Negro cada vez mais seco, o trabalho não está mais sendo feito com frequência e tem afetado a vida dos trabalhadores.
Na cheia – de fevereiro a julho – o rio chegava até as margens da rua e tinha uma pequena faixa de terra. Na seca, a situação é diferente. Há uma faixa de terra com mais de 600 metros de distância entre as embarcações e a via que dar acesso ao local.
carregador Genivaldo Ferreira da Silva, que trabalha no Porto de Manaus na região do Educandos, conta que em época de cheia eles retiram as cargas das balsas que chegam e saem durante o dia todo. Entretanto, nesta seca, a balsa encalhou e não tem mais a rotatividade de antes.
Trabalhando há 13 anos na função, ele revelou que nunca viu uma seca tão severa quanto essa.
“Está afetando para nós todos que trabalha aqui direto, nós estamos sem condições de trabalhar porque não tem movimento. O que tem é a balsa parada aí, o resto está tudo parado e com essa seca não sei como vai ficar. […] . Essa foi a pior seca que eu já vi no Amazonas. Ela está afetando todos nós”, disse o carregador.
Informações G1