Em pleno 2025, trabalhadores terceirizados da empresa Solares enfrentam em Parnamirim condições que lembram os capítulos mais sombrios da história das relações laborais no Brasil. Profissionais têm sido submetidos a um ambiente de trabalho degradante: alocados em locais improvisados, insalubres e superlotados, permanecem horas em pé, sem estrutura mínima, sem dignidade e sem qualquer perspectiva concreta de retorno às suas funções. A situação beira o colapso humanitário e expõe a negligência com que esses cidadãos estão sendo tratados.
Pais e mães de família relatam diariamente o temor de serem descartados sem justificativa. Muitos foram devolvidos pela Prefeitura à empresa Solares sem qualquer explicação formal ou garantia de direitos — um gesto desrespeitoso que fere o princípio básico da dignidade humana. O silêncio por parte da gestão municipal e a ausência de ações efetivas por parte dos órgãos de fiscalização agravam o cenário. O Ministério Público segue inerte, e a prefeita de Parnamirim, Nilda, ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso.
A situação atual contrasta fortemente com a postura da então vereadora Professora Nilda em 2019. À época, diante de denúncias semelhantes, Nilda convocou gestores e fiscais responsáveis pelos contratos das empresas terceirizadas para prestar esclarecimentos. Demonstrou indignação com atrasos em salários, vale-alimentação e férias, além da ausência de uniformes e outras obrigações contratuais. O mandato da vereadora chegou a distribuir cartas informativas aos trabalhadores, orientando-os sobre seus direitos e oferecendo apoio direto para denúncias e soluções.

Hoje, no entanto, o sentimento entre os funcionários é de abandono, angústia e revolta. A falta de cronograma, a ausência de apoio psicológico e o silêncio institucional representam uma violação grave de direitos. A indignação já reverbera nas redes sociais, com crescente pressão popular por respostas e providências concretas. Os trabalhadores da Solares não pedem favores — exigem respeito, justiça e a dignidade que lhes é garantida por lei. A omissão não pode mais ser naturalizada.
Politicando Parnamirim